Do Livro do Abismo – Da Iniciação
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As vias sem fim e sem nexo
emaranhadas prosseguem:
Ajoelha-te no vil deserto
e pede à morte que o leve;
Então te levanta
ergue tua voz rouca:
um uivo de força
uma canção nefanda;
E tua oração silente
reverberava e descia
porém o vento que batia
era gélido mas intente...
E eis que a senda infinita
ecoa um poder de outrora;
Reflexos de obscuras vidas
te olham com gosto agora
Erguem-se, em poder sinistro
essências de exus a dançar
a consciência rodopia em giro
e sangue derrama no altar;
O bode negro esperneia,
sua vida sacrificada;
deixa o sangue cobrir tua cara
e tua chama negra incendeia;
A oferenda está feita!
A alcatéia te espera,
já teu lobo negro espreita
tua vida aqui começa!
Deixe que os mortos guiem
teu pé, teu passo, tua mente;
Em tuas cabaças residem
teus mestres e serpentes...
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