Do Livro da Noite - Cálice
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Ouça minhas palavras,
e as guarde bem, aspirante!
Acima a lua, pálida e sombria;
só aguarda aquele quem a desperte.
A escuridão é teu refúgio,
reflete o nada do antigo início.
Fita o manto negro que te cobre,
e oferece teu espírito em oferenda...
Ó noite, manto primordial,
fábrica de deuses e monstros!
De tão longe, teu mavioso canto
inspira aos gênios;
atormenta aos fracos;
oculta aos fortes;
e devora e mata os fogos diurnos...
Aspirante, escuta, aprende,
da união com o abismo,
e a construção da ponte
de teu oculto desígnio.
Pois, ergue a taça, ó mago,
em direção ao céu,
e conversa a sós com Luna.
Ei-la, a sacerdotisa secreta,
Ei-la Hécate, e Lilith,
Ei-la, coração de gelo no céu.
(...)
Ao redor legiões voam,
os arautos de Seth;
Sente o bater de suas asas,
e o frescor de seus corpos:
vá, voa com eles.
Invoca para ti seus poderes,
Conjura as sombras do mundo
abaixo; os ecos de poder e glória,
de força e desejo; de magia imortal.
Olha, então, teu negro cálice,
e eis que tua água é sangue,
essência da vida e da morte.
Beba, sedento por sabedoria,
Beba o desejo, beba o negror,
acorda a alma no frio noturno
e os demônios comungarão...
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Labels: Black Arts, Black Magic, Dark Poetry, Magia Negra, ONA, Poemas Negros, Satanism, Satanismo
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