O Grimório Oculto / Occult Grimoire
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Para aquele que busca segredos;
Para aquele que busca o poder;
Para aquele cuja ambição vale a vida,
e cujas habilidades são superiores:
Eis o caminho da luz e das trevas,
o caminho da lua e o sonho no céu.
Os espelhos trincados, convexos da alma
que refletem as cores, a fluidez
dos sentidos que se perdem no instante.
Ó tu, que busca a magia escura,
a voluptuosa precisão dos desejos
e a infinidade de noites sem luz:
As palavras que aqui correm são sangue,
veladas sobre a morte e o túmulo,
nessa jornada inebriante do instinto e da glória,
da força que se oculta sob a tempestade.
Eis que, aquele que tem o conhecimento, que ouça
os cânticos sutis detrás das palavras mortas,
suspiradas por seres obscuros de asas negras,
mestres da chama que pulsa, fatal
para os imprudentes que ousam tocá-la
com leviandade.
A luz ondula nos doces campos,
sob fragrâncias matutinas suaves,
aguardando a brisa que as leve...
mas nada disso é para ti,
a luz do sol não penetra nas sombras
das valas profundas sob o chão;
As trevas se transmutam em horror
nas trilhas sem estrela ou luar.
Eis a estrada secreta trilhada
nos subterrâneos do mundo;
A jazida do início da vida,
a medida da perseverança sombria
e da vontade de aço solitária.
Umbral de terror para o fraco,
o dragão negro se levanta,
guardião do poder,
e escancara sua boca ao passante só.
Eternos e ocultos desígnios
os que pulsam além:
entrada para o nada,
para o tudo,
o túmulo no qual entras em vida.
Que farás, ao sentir dedos gélidos
tocarem-te o coração?
O medo é morte, a noite é sombra;
aceitarias pular sem regresso
para a escuridão?
Ó aspirante à magia,
lá estão as forjas sombrias,
o poder que foi moldado por deuses
e entregues às ilusões humanas;
A força institiva, amorfa, primordial
que fez surgir os séculos...
Queres ser teu próprio Deus?
Os desejos e ambições da alma,
os desígnios inconscientes
se realizarão no teatro do caos
e serás uma potência ao cair da noite.
Os deuses não te querem,
ó tu, que busca o poder:
a realidade é áspera.
Tomarás por si mesmo as linhas
de teu destino?
Moldadas de suaves fios negros,
elas se embaraçam e rompem
a todo segundo.
Queres partilhar do mesmo fim?
Então vence teu medo
assume tua carga
encara tua trilha,
e vai.
Toda pureza é destruída no equilíbrio,
ó nobre mago;
mas a verdade se encontra na escuridão,
a dança graciosa e final.
Ouve
a canção de ninar das trevas,
sua serenata no fluir da noite;
Sente
a perfeição da dança do caos
impregnada no coração;
Olha
o labirinto com suas mil formas
intrincadas em um torpor doce...
Ó, tu que ousa:
roubarias a chama do Olimpo,
e tornar-te-ia um demônio?
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